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Bolsa cai mais de 3% com tensão sobre crédito

segunda-feira, 17 de março de 2008 Leave a Comment

São Paulo - A abertura em queda de mais de 3% do índice Bovespa futuro na manhã de hoje no pregão GTS da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) já sinalizava um dia de cão para os negócios na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Na abertura dos negócios no mercado à vista, o Ibovespa cedia 0,58% e, com pouco mais de 10 minutos de pregão, o Ibovespa já recuava mais de 3%, abaixo dos 60 mil pontos. Na pontuação mínima, o Ibovespa chegou a perder 3,57%, a 59.779 pontos. Às 10h12, o Ibovespa despencava 3,34%, a 59.919 pontos.

O sinal negativo dos negócios hoje está alinhado com as perdas expressivas das bolsas mundiais, refletindo o aumento da aversão ao risco após o banco americano JPMorgan ter anunciado ontem a compra do quinto maior banco de investimento dos EUA, o Bear Stearns, a preço de liquidação - US$ 2 por ação -, além do corte emergencial pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) da taxa de redesconto (linha de empréstimos emergenciais) para bancos comerciais em 0,25 ponto porcentual para 3,25% ao ano, em mais uma tentativa para aliviar crise de créditos do país que ameaça empurrar a economia para a recessão. Esse corte da taxa de redesconte ocorre às vésperas da reunião do Fed, que amanhã decide o tamanho do corte de juro na taxa básica americana. Hoje, os contratos futuros dos Fed Funds (fundos federais de reservas bancárias) ampliaram de 36% para 94% esta manhã a possibilidade de corte de um ponto porcentual, derrubando a taxa para 2% ao ano amanhã.


A reação dos investidores está sendo muito ruim como se vê pelo comportamento dos índices futuros em Nova York, onde os futuros do Nasdaq e do S&P registravam baixa de mais de 2%. Em Hong Kong, a Bolsa despencou 5,18%, e no Japão o índice Nikkei fechou em queda de 3,71%. Na Europa, as bolsas registram baixas de mais de 3% na manhã de hoje.


O medo de que essa crise bancária faça novas vítimas está derrubando as cotações dos papéis do setor financeiro. As ações do banco de investimento Lehman Brothers, que perderam mais de um quarto de seu valor mesmo depois de a agência de classificação de risco Moody's reafirmar as notas de crédito (ratings) da instituição. No pré-mercado em Wall Street, os papéis do Lehman caíam 26%; Merrill Lynch recuava 13% e Goldman Sachs caía 10%. No Brasil, as ações preferenciais (PN) do Bradesco recuavam 3,73% às 10h10. No mesmo horário, os papéis PN do Itaú caíam 3,44%; os units do Unibanco tinham baixa de 3,93%; e as ações ordinárias (ON) do Banco do Brasil perdiam 3,7%, com pouco mais de 10 minutos de pregão.


"Tá tão na cara que é para vender que pode melhorar", afirma um analista, referindo-se à Bovespa hoje. Segundo os especialistas, o comportamento da Bolsa vai depender muito da reação investidores estrangeiros, da necessidade de caixa deles.

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