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Sem interessados, fracassa o leilão da Cesp; ação despenca 16%

terça-feira, 25 de março de 2008 Leave a Comment

SÃO PAULO - Nenhum grupo apresentou garantias para o leilão de privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), que estava marcado para amanhã na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), segundo a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CLBC). Para participar do leilão, as companhias tinham até as 12 horas de hoje para apresentar suas garantias na CBLC.

Esta seria a terceira tentativa de venda da empresa. A Cesp é responsável por 60% da energia gerada no Estado de São Paulo e é a terceira maior do país. A empresa possui seis usinas hidrelétricas nos Rios Paraná, Tietê, Paraíba do Sul, Paraibuna e Jaguari.


As empresas pré-qualificadas eram: CPFL Energia ; Neoenergia, que tem a espanhola Iberdrola como sócia ; Energias do Brasil, ligada à portuguesa EDP ; Tractebel Energia, que faz parte da francesa Suez Energy International ; e a Alcoa Alumínio.


O maior problema da privatização era a incerteza quanto à renovação das concessões das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que representam 67% da capacidade geradora da estatal. Essas concessões expiram em 2015 e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, não se comprometeu com uma nova renovação.

Serra
O governador de São Paulo, José Serra, confirmou no início da tarde de hoje o cancelamento do leilão da Cesp porque os interessados não apresentaram garantias mínimas.


Para o governador, a crise nos mercados internacionais, que atingiu particularmente companhias financeiras, prejudicou a obtenção de crédito pelas empresas que pretendiam participar do leilão.
"O pessoal queria um valor menor, mas nós não vendemos na bacia das almas", disse o governador a jornalistas sobre a negativa do governo estadual em reduzir o valor estipulado para vender a fatia de controle na empresa, estimado em R$ 6,6 bilhões.


Serra argumentou que o governo "não cedeu às empresas e não diminuiu o preço da companhia". E destacou: "Mantivemos o patrimônio da Cesp". Com o cancelamento do leilão, o governo de São Paulo vai estudar alternativas para a questão.


Ações
As ações preferenciais da classe B (PNB) da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) desabaram mais de 16% no início desta tarde e respondiam pelo segundo maior giro financeiro do pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), movimentando R$ 239,5 milhões até as 13h10. Às 13h17, Cesp PNB caía 15,96% a R$ 32,60. Na mínima até este horário, o papel foi cotado a R$ 32,30 (queda de 16,73%).


Contrários
Várias organizações eram contrárias ao leilão, como o PSOL, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Ontem, ativistas do MST e do MAB protestaram na Usina Hidrelétrica Sérgio Mota, em Porto Primavera, região do Pontal do Paranapanema, no extremo Oeste do Estado paulista.


Especialistas contratados pela CUT avaliaram a Cesp em R$ 21 bilhões, acima, portanto, do valor calculado pelo banco Citibank para a companhia, de aproximadamente R$ 15 bilhões, e acima do valor mínimo estipulado pelo governo do Estado.

Fonte: Ùltimo Segundo com informações da Agência Estado, do Valor Online e da Reuters.

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