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Uma ponte com o México

segunda-feira, 24 de março de 2008 Leave a Comment

Encontro empresarial traz ao Brasil os magnatas da segunda maior economia latina e abre grandes oportunidades bilaterais.

Uma das características da economia mexicana é a de concentrar um grande número de bilionários responsáveis, cada um, por setores essenciais do país. Ao brasileiro comum, o empresário Carlos Slim é o mais conhecido, dono de um império centrado na telefonia. A partir da quinta-feira 27, ele terá de conviver com um conterrâneo pelas bandas de cá. Trata-se do também magnata Ricardo Salinas, dono de uma fortuna de US$ 4,6 bilhões vinda de empresas de comunicação, varejo e do Banco Azteca, responsável por US$ 23 bilhões em transferências dos Estados Unidos para o México. Salinas desembarca no Brasil para fincar sua bandeira justamente no setor no qual construiu sua riqueza. É no Recife, em Pernambuco, que o mexicano vai inaugurar sua primeira agência bancária no País, voltada ao crédito popular. A decisão foi tomada para atender a um pedido pessoal do presidente Lula, feito num encontro entre os dois, em julho do ano passado, quando Salinas comunicou a intenção de aportar US$ 25 milhões na empreitada. “O Brasil sempre fez parte dos planos de nossa empresa, assim como dos de qualquer outra grande companhia mexicana”, afirma Luiz Niño, vice-presidente do conselho do Banco Azteca. De fato, o interesse pode ser ilustrado pela comitiva de 150 empresários que desembarcam na capital pernambucana no mesmo dia que Salinas. Eles vêm participar do Fórum Brasil- México, o maior evento de negócios já realizado entre os dois países.

Promovido pela Brasilinvest e pela Experience Media, o Fórum deverá reunir mais de 300 empresários numa tentativa de alavancar o comércio – e os investimentos – entre Brasil e México. “Vamos aproveitar o clima do Nordeste para montar uma agenda informal”, explica Pierre Schürmann, da Experience Media. “Nessas horas, muitos bons negócios são encaminhados.” É algo que realmente se espera. Os números são bons, mas ainda aquém do que o relacionamento entre os dois países poderia ser. No ano passado, a corrente de comércio alcançou os US$ 6,2 bilhões, com um saldo para o Brasil de US$ 2,2 bilhões. Os investimentos têm mão inversa. Já somam US$ 16 bilhões o que os mexicanos depositaram por aqui, enquanto temos apenas US$ 3 bilhões investidos lá. E eles são concentrados em empresas como Gerdau e Marcopolo. “É uma pena que ainda não tenham percebido que o México é nossa entrada para o mercado americano”, afirma Mario Garnero, presidente da Brasilinvest. “Se temos uma ferramenta à disposição, ampliada pelo Nafta, temos de aproveitá-la.” Além de integrar oNafta, o país tem acordos comerciais com outras 44 nações. Com o Brasil, há dois acordos de complementação econômica, que os industriais brasileiros consideram insuficientes para incrementar os negócios.

“Temos de ampliar a lista de produtos”, clama Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria, citando que, hoje, são contabilizados 2,6 mil produtos isentos de alíquota de importação.

REUNIÃO NO NORDESTE: Garnero (esq.) e Schürmann (dir.) dividem organização do Fórum Brasil-México, o maior evento de negócios realizado entre os dois países
Fonte: Istoé

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