IPO, Hypermarcas

sexta-feira, 4 de abril de 2008 Leave a Comment

Hypermarcas encara mercado volátil e pretende levantar R$ 805 milhões com oferta de ações.
SÃO PAULO - Enquanto mais de uma dezena de companhias já desistiu ou suspendeu suas ofertas de ações diante das condições adversas de mercado, a Hypermarcas, uma das maiores empresas de bens de consumo do país, decidiu seguir em frente com sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês).

De acordo com aviso ao mercado, publicado hoje, a empresa espera obter cerca de R$ 805 milhões com a venda dos seus papéis. O valor considera a venda da oferta inicial primária de 35.801.080 ações ordinárias, equivalentes a 22,56% do capital, ao preço médio do intervalo previsto para cada papel, que vai de R$ 20,5 a R$ 24,50. O Citigroup e o Merrill Lynch atuam como coordenadores da oferta.

Em caso de exercício dos lotes suplementar, de 15%, e adicional, de 20%, a oferta pode movimentar até R$ 1,184 bilhão, levando em conta o preço máximo projetado.

Do total líquido arrecadado, a empresa pretende destinar 60% para aquisição de novas empresas, ativos e marcas e 40% para lançamento de novos produtos e marketing.

No ano passado, a Hypermarcas, dona das marcas Assolan, Etti e Apracur, entre outras, já havia entrado com pedido de registro companhia aberta junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Mas a empresa desistiu da operação após vender, em junho de 2007, 25% do seu capital para investidores mexicanos por US$ 250 milhões. O aumento de capital possibilitou que a Hypermarcas fechasse a compra de 100% da DM Farmacêutica, dona de marcas como Doril, Monange e Engov, por US$ 650 milhões.

Com presença nos segmentos de limpeza, alimentos, cosméticos e medicamentos sem prescrição, a companhia foi criada em fevereiro do ano passado pelo empresário João Alves de Queiroz Filho, também conhecido como Júnior, ex-dono da Arisco. Em menos de um ano, a companhia figura entre os líderes do segmento e o crescimento acelerado se dá por meio de aquisições.

Tal estratégia já rendeu problemas com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que restringiu os negócios da companhia no segmento de adoçantes. A empresa, que já tinha a marca Finn, incorporou também Adocyl e Zero-Cal ao comprar a DM Farmacêutica.

De acordo com os dados pro-forma do prospecto da operação, a Hypermarcas teve receita líquida de R$ 1,06 bilhão no ano passado, com aumento de 179% sobre as vendas do ano anterior, crescimento motivado principalmente pelas aquisições. Por conta destas compras, que geram um volume expressivo de amortização de ágio, o lucro pro-forma da empresa em 2007 foi de apenas R$ 42,1 milhões, ante prejuízo de R$ 2,9 milhões em 2006. Descontada a amortização, o lucro teria sido de R$ 295 milhões no ano passado e de R$ 13,4 milhões no ano anterior.

O investidor pessoa física interessado em participar da oferta de ações da Hypermarcas deverá fazer seu pedido de reserva entre os dias 4 e 15 de abril. O preço da ação será fixado no dia 16 de abril e os papéis devem estrear no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no dia 18.

O valor mínimo de investimento será de R$ 3 mil e o máximo de R$ 300 mil. A oferta de varejo deverá compreender de 10% a 15% do volume total da distribuição.

Para ler o
prospecto em PDF, Clique aqui.
Fonte: (Fernando Torres e Eduardo Campos Valor Online)

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