Crise: bancos quebram, Buffett ganha US$ 650 milhões da noite para o dia
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
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SÃO PAULO - Tempos de crise e nervosismo extremado nos mercados são também os momentos em que oportunidades valiosas se fazem presentes. Tal prerrogativa não é segredo. No calor das tensões, chances únicas de lucros vultosos surgem ocultas entre as oscilações das bolsas. Mas a execução do conceito passa longe de ser fácil.
Conhecimento de mercado, disciplina financeira, paciência. São apenas algumas das muitas virtudes indispensáveis para que um investidor possa crescer justamente no contrapé das perdas dos outros. Todavia, dada a amplitude que as turbulências podem assumir, muitas vezes tais características de pouco valem sem um poder de fogo por trás.
Correr riscos é parte do lucro na renda variável. Mas aquele que possui capital de sobra tem muito mais disposição e segurança para montar posições ousadas no mercado. Ainda que eventuais perdas possam ser sentidas, o potencial de lucros exponenciais compensa para os que não têm muito a perder e têm muito a ganhar. Não à toa, personagens como Warren Buffett e George Soros são expoentes em momentos de baixa nas bolsas.
Se o 'Sábio de Omaha' confia...
Foi o que ocorreu na última quarta-feira (24). O mega-investidor Warren Buffet anunciou uma infusão de US$ 5 bilhões no Goldman Sachs, uma das vítimas mais recentes da crise no sistema financeiro. Para se ter uma idéia do poder de fogo de Buffett, o mesmo montante foi o que o banco conseguiu captar em toda a sua oferta pública de ações no mercado.
A operação foi vista com bons olhos pelos investidores. Afinal, se o bilionário estava apostando na firma, é sinal de que a situação do Goldman Sachs não deve estar tão deteriorada. "Em nossa opinião, os investidores viram na transação um voto de confiança dado pelo Sábio de Omaha", opina a equipe do Citi, referindo-se a uma das alcunhas populares de Buffett.
Os analistas do Citi transparecem maiores detalhes acerca do negócio fechado entre Buffett e o Goldman Sachs. A firma de Wall Street, pressionada pela falta de liquidez e urgente necessidade de captação de recursos, concordou em vender considerável parte de seus papéis ordinários por um preço bem abaixo do mercado. Os ativos foram arrematados a US$ 115,00 cada, ao passo que a cotação do último pregão ficou em cerca de US$ 129,9.
Assim, mesmo que liquidasse sua posição adquirida já nesta quinta-feira, Warren Buffet veria seu patrimônio ser acrescido em cerca de US$ 650 milhões, literalmente, da noite para o dia. Mas ele sabe que tem muito a ganhar se mantiver suas ações na carteira. Buffett é uma das poucas figuras com forte poder de influência sobre os mercados. Não é coincidência que as ações do Goldman sobem 2% neste pregão. Os US$ 650 milhões crescem ainda mais.
Só benefícios
As entradas ousadas de bilionários como Buffett podem gerar benefícios aos mercados. Desconsiderando, é claro, os lucros conquistados por eles mesmos, as companhias em apuros contábeis agradecem as injeções de capital. Se as firmas respiram mais aliviadas, nem que seja por um curto período de tempo, os temores entre os investidores também se vêem decrescidos, para não falar do "voto de confiança" citado pelo Citi.
Buffett já deu indícios de que pode estar perto de realizar nova operação bilionária na onda da crise. Em entrevista concedida recentemente à rede de televisão CNBC, o mega-investidor mostrou-se interessado em adquirir partes da seguradora AIG, socorrida às pressas pelo Fed na semana passada.
Por: Nathália A. Terra Pereira
InfoMoney
Conhecimento de mercado, disciplina financeira, paciência. São apenas algumas das muitas virtudes indispensáveis para que um investidor possa crescer justamente no contrapé das perdas dos outros. Todavia, dada a amplitude que as turbulências podem assumir, muitas vezes tais características de pouco valem sem um poder de fogo por trás.
Correr riscos é parte do lucro na renda variável. Mas aquele que possui capital de sobra tem muito mais disposição e segurança para montar posições ousadas no mercado. Ainda que eventuais perdas possam ser sentidas, o potencial de lucros exponenciais compensa para os que não têm muito a perder e têm muito a ganhar. Não à toa, personagens como Warren Buffett e George Soros são expoentes em momentos de baixa nas bolsas.
Se o 'Sábio de Omaha' confia...
Foi o que ocorreu na última quarta-feira (24). O mega-investidor Warren Buffet anunciou uma infusão de US$ 5 bilhões no Goldman Sachs, uma das vítimas mais recentes da crise no sistema financeiro. Para se ter uma idéia do poder de fogo de Buffett, o mesmo montante foi o que o banco conseguiu captar em toda a sua oferta pública de ações no mercado.
A operação foi vista com bons olhos pelos investidores. Afinal, se o bilionário estava apostando na firma, é sinal de que a situação do Goldman Sachs não deve estar tão deteriorada. "Em nossa opinião, os investidores viram na transação um voto de confiança dado pelo Sábio de Omaha", opina a equipe do Citi, referindo-se a uma das alcunhas populares de Buffett.
Os analistas do Citi transparecem maiores detalhes acerca do negócio fechado entre Buffett e o Goldman Sachs. A firma de Wall Street, pressionada pela falta de liquidez e urgente necessidade de captação de recursos, concordou em vender considerável parte de seus papéis ordinários por um preço bem abaixo do mercado. Os ativos foram arrematados a US$ 115,00 cada, ao passo que a cotação do último pregão ficou em cerca de US$ 129,9.
Assim, mesmo que liquidasse sua posição adquirida já nesta quinta-feira, Warren Buffet veria seu patrimônio ser acrescido em cerca de US$ 650 milhões, literalmente, da noite para o dia. Mas ele sabe que tem muito a ganhar se mantiver suas ações na carteira. Buffett é uma das poucas figuras com forte poder de influência sobre os mercados. Não é coincidência que as ações do Goldman sobem 2% neste pregão. Os US$ 650 milhões crescem ainda mais.
Só benefícios
As entradas ousadas de bilionários como Buffett podem gerar benefícios aos mercados. Desconsiderando, é claro, os lucros conquistados por eles mesmos, as companhias em apuros contábeis agradecem as injeções de capital. Se as firmas respiram mais aliviadas, nem que seja por um curto período de tempo, os temores entre os investidores também se vêem decrescidos, para não falar do "voto de confiança" citado pelo Citi.
Buffett já deu indícios de que pode estar perto de realizar nova operação bilionária na onda da crise. Em entrevista concedida recentemente à rede de televisão CNBC, o mega-investidor mostrou-se interessado em adquirir partes da seguradora AIG, socorrida às pressas pelo Fed na semana passada.
Por: Nathália A. Terra Pereira
InfoMoney
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