Dez opiniões sobre a Vale: 9 cortam reajuste do minério; todas dizem compra à ação
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
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SÃO PAULO - A mudança de cenário dos mercados pede adaptação das projeções. Antes do grosso da crise aparecer, as apostas para o próximo reajuste do minério de ferro - rodada 2009 - contornavam os dois dígitos sem exceção. Na média, os analistas vislumbravam uma elevação entre 20% e 30% no preço do minério de ferro.
Mas não dá para manter as projeções anteriores com o avançar da crise. O mercado de aço dá sinais de enfraquecimento, sendo que os preços do minério de ferro no mercado spot (à vista) chinês já registram tendência declinante. Atentos à mudança do cenário, os analistas assumem o conservadorismo em suas novas apostas.
A julgar pelo histórico recente, o desempenho das ações da Vale depende e muito destas projeções. Parte da valorização de 93% dos ativos da mineradora no ano passado responde ao expressivo reajuste conseguido junto às siderúrgicas, além das perspectivas dos analistas para o que viria a ser os 71% de alta dos preços em 2008.
Crise chegou ao setor
Como o cenário mudou para pior, as projeções começam a ser reduzidas. Dos 30% de alta das apostas da maior parte dos analistas, agora algumas projeções já consideram desvalorização de até 15% no preço dos contratos firmados.
Consequentemente, esta perspectiva mais modesta implica redução nas receitas da mineradora brasileira. Chama atenção uma projeção do banco de investimentos norte-americano Goldman Sachs. Ao reduzir sua aposta ao preço do minério de ferro de 18% de alta em 2009 para estabilidade na próxima rodada de negociações, os analistas cortaram suas estimativas para o lucro da Vale no próximo ano em 32%.
Mas há um contra-exemplo. O banco suíço UBS também reduziu as projeções para o minério de ferro, até mais que o Goldman Sachs, ao apostar em queda de 15% no valor dos contratos. Ainda assim, vê o evento como positivo à Vale, haja vista que a depreciação cambial deve compensar o impacto desta queda de preços. Como argumento, lembrou que 90% das receitas da Vale são em dólares, enquanto 40% de seus custos são atrelados à moeda norte-americana.
Nove de dez reduziram projeções
10 opiniões - reajuste do minério de ferro em 2009
Instituição Projeção anterior Nova projeção
Citigoup +30% entre +10% e -20%
Merrill Lynch +15% reajuste nulo
Credit Suisse +20% +20%
Planner +20% reajuste nulo
Unibanco +15% +6,5%
UBS +10% -15%
Goldman Sachs +18% reajuste nulo
Banif +20% em revisão
Brascan +15% "pode ser revisado"
Ágora +30% entre +10% e +5%
Ao avaliar uma porção de atualizações nas projeções, a perspectiva de preços mais modestos para o minério de ferro é praticamente consenso. Mas também é consenso a atratividade das ações da Vale. Mesmo nos casos de corte na perspectiva de ganhos da empresa e consequentemente no preço-alvo das ações, a recomendação aos papéis permanece estável, em compra ou acima da média.
De dez instituições diferentes, seis já cortaram suas projeções para o preço do minério de ferro em 2009, três anunciaram que vão cortar e apenas uma instituição ainda mantém sua estimativa anterior inalterada. A revisão que mais impressiona é do UBS, que aposta em queda de 15% no valor dos contratos em 2009. A única instituição que manteve sua estimativa anterior foi o Credit Suisse, ainda na espera de 20%.
Ninguém vai contra a ação
Chama atenção também o fato de três instituições preverem um reajuste nulo em 2009, o que deixaria o valor da matéria-prima estável. Porém, mesmo a frente de projeções mais modestas segue a visão "atrativa" dos papéis da Vale.
Dos dez consultados, oito analistas recomendam a compra das ações, enquanto dois vêem os ativos como overweight - acima da média. Cinco instituições rebaixaram o preço-alvo.
A crise já deixa sua marca nas estimativas para o preço do minério de ferro. Redução nas perspectivas anteriores parece consenso, como a atratividade das ações da Vale ainda é consenso.
Mas não dá para manter as projeções anteriores com o avançar da crise. O mercado de aço dá sinais de enfraquecimento, sendo que os preços do minério de ferro no mercado spot (à vista) chinês já registram tendência declinante. Atentos à mudança do cenário, os analistas assumem o conservadorismo em suas novas apostas.
A julgar pelo histórico recente, o desempenho das ações da Vale depende e muito destas projeções. Parte da valorização de 93% dos ativos da mineradora no ano passado responde ao expressivo reajuste conseguido junto às siderúrgicas, além das perspectivas dos analistas para o que viria a ser os 71% de alta dos preços em 2008.
Crise chegou ao setor
Como o cenário mudou para pior, as projeções começam a ser reduzidas. Dos 30% de alta das apostas da maior parte dos analistas, agora algumas projeções já consideram desvalorização de até 15% no preço dos contratos firmados.
Consequentemente, esta perspectiva mais modesta implica redução nas receitas da mineradora brasileira. Chama atenção uma projeção do banco de investimentos norte-americano Goldman Sachs. Ao reduzir sua aposta ao preço do minério de ferro de 18% de alta em 2009 para estabilidade na próxima rodada de negociações, os analistas cortaram suas estimativas para o lucro da Vale no próximo ano em 32%.
Mas há um contra-exemplo. O banco suíço UBS também reduziu as projeções para o minério de ferro, até mais que o Goldman Sachs, ao apostar em queda de 15% no valor dos contratos. Ainda assim, vê o evento como positivo à Vale, haja vista que a depreciação cambial deve compensar o impacto desta queda de preços. Como argumento, lembrou que 90% das receitas da Vale são em dólares, enquanto 40% de seus custos são atrelados à moeda norte-americana.
Nove de dez reduziram projeções
10 opiniões - reajuste do minério de ferro em 2009
Instituição Projeção anterior Nova projeção
Citigoup +30% entre +10% e -20%
Merrill Lynch +15% reajuste nulo
Credit Suisse +20% +20%
Planner +20% reajuste nulo
Unibanco +15% +6,5%
UBS +10% -15%
Goldman Sachs +18% reajuste nulo
Banif +20% em revisão
Brascan +15% "pode ser revisado"
Ágora +30% entre +10% e +5%
Ao avaliar uma porção de atualizações nas projeções, a perspectiva de preços mais modestos para o minério de ferro é praticamente consenso. Mas também é consenso a atratividade das ações da Vale. Mesmo nos casos de corte na perspectiva de ganhos da empresa e consequentemente no preço-alvo das ações, a recomendação aos papéis permanece estável, em compra ou acima da média.
De dez instituições diferentes, seis já cortaram suas projeções para o preço do minério de ferro em 2009, três anunciaram que vão cortar e apenas uma instituição ainda mantém sua estimativa anterior inalterada. A revisão que mais impressiona é do UBS, que aposta em queda de 15% no valor dos contratos em 2009. A única instituição que manteve sua estimativa anterior foi o Credit Suisse, ainda na espera de 20%.
Ninguém vai contra a ação
Chama atenção também o fato de três instituições preverem um reajuste nulo em 2009, o que deixaria o valor da matéria-prima estável. Porém, mesmo a frente de projeções mais modestas segue a visão "atrativa" dos papéis da Vale.
Dos dez consultados, oito analistas recomendam a compra das ações, enquanto dois vêem os ativos como overweight - acima da média. Cinco instituições rebaixaram o preço-alvo.
A crise já deixa sua marca nas estimativas para o preço do minério de ferro. Redução nas perspectivas anteriores parece consenso, como a atratividade das ações da Vale ainda é consenso.
Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
InfoMoney
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