BB pode pagar caro por Nossa Caixa
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
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Prêmio pelo banco paulista pode chegar a 50%, considerado exagerado pelos analistas
A compra da Nossa Caixa pode custar ao Banco do Brasil muito mais do que esperavam investidores e analistas. Nesta quinta-feira (6/10), o jornal Folha de S.Paulo publicou matéria afirmando que devem ser desembolsados cerca de 6,4 bilhões de reais para a aquisição do banco paulista - o equivalente a 59,80 reais por ação. O valor embutiria um prêmio de 50% sobre o fechamento de ontem das ações (39,80 reais) e, na avaliação dos especialistas, seria exagerado. "O mais justo seria algo em torno de 50 reais por ação", estima José Góes, economista da corretora Alpes.
"Se a oferta fosse realizada num momento de liquidez abundante, como se via meses atrás, não seria excessiva. Mas, agora, o cenário é outro", afirma Wellington Senter, analista da Modal Asset Management. O alto preço, porém, poderia ser justificado pela escassez de ativos disponíveis para aquisição no mercado. A união de Itaú e Unibanco, anunciada na última segunda-feira (3/11), tornou mais difícil o crescimento por fusões e aquisições. "Por isso, mesmo sendo cara, a compra pode ser estratégica para o banco, trazendo bons frutos no longo prazo", diz Senter.
Embora o negócio não devolva ao Banco do Brasil a liderança do setor, já reduziria a distância do novo banco formado por Itaú e Unibanco. "A Nossa Caixa é uma instituição muito conservadora. É possível dobrar sua rentabilidade sem muito esforço, já que espaço para trabalhar produtos e serviços não falta", afirma Senter. Com a compra do banco paulista, o Banco do Brasil receberia a conta de 1,04 milhões de servidores do Estado de São Paulo. Além disso, teria direito de utilizar os créditos tributários (o que não seria possível em caso de incorporação) e receberia os depósitos judiciais. Como esse tipo de depósito pode ser feito somente em bancos públicos, o Banco do Brasil teria o direito de herdar o dinheiro. Já se a aquisição fosse feita por um banco privado, esses recursos teriam de ser migrados para outra instituição estatal.
Como ficam os minoritários?
Como a Nossa Caixa faz parte do Novo Mercado da Bovespa, todos os minoritários teriam direito a receber pelas ações o mesmo valor pago ao acionista controlador, o Estado de São Paulo. A troca de controle da instituição obrigaria o Banco do Brasil a realizar uma oferta pública de aquisição (OPA), o que fez disparar a cotação das ações nas últimas semanas. Em 30 dias, os papéis subiram 41%, com os investidores ansiosos pela conclusão do negócio.
A expectativa cresceu com a edição da Medida Provisória (MP) 443, que autorizou o Banco do Brasil a utilizar dinheiro em suas aquisições - o que até então era proibido. Com isso, foi eliminado um dos principais entraves à operação: a forma de pagamento. Como o governo de São Paulo quer reforçar o seu caixa, a venda da Nossa Caixa por troca de ações não é interessante.
Embora o negócio já seja dado como certo, há o risco - ainda que pequeno - de a venda para o Banco do Brasil não se concretizar. "Nesse caso, seria inevitável uma desvalorização das ações da Nossa Caixa", diz Senter. Mas isso não quer dizer que o investidor ficaria com um mico na mão. "Os papéis continuariam sendo um ativo cobiçado, já que outros bancos poderiam se candidatar à compra", ressalta o analista da Modal.
O Banco do Brasil anunciou em maio sua intenção de incorporar a Nossa Caixa. Bradesco, Itaú, Unibanco e Santander protestaram. As instituições sugeriram a realização de um leilão, mas o governo não acatou o pedido. Uma desistência do Banco do Brasil, portanto, estaria muito longe de ser o fim da linha para a Nossa Caixa.
Portal EXAME
A compra da Nossa Caixa pode custar ao Banco do Brasil muito mais do que esperavam investidores e analistas. Nesta quinta-feira (6/10), o jornal Folha de S.Paulo publicou matéria afirmando que devem ser desembolsados cerca de 6,4 bilhões de reais para a aquisição do banco paulista - o equivalente a 59,80 reais por ação. O valor embutiria um prêmio de 50% sobre o fechamento de ontem das ações (39,80 reais) e, na avaliação dos especialistas, seria exagerado. "O mais justo seria algo em torno de 50 reais por ação", estima José Góes, economista da corretora Alpes.
"Se a oferta fosse realizada num momento de liquidez abundante, como se via meses atrás, não seria excessiva. Mas, agora, o cenário é outro", afirma Wellington Senter, analista da Modal Asset Management. O alto preço, porém, poderia ser justificado pela escassez de ativos disponíveis para aquisição no mercado. A união de Itaú e Unibanco, anunciada na última segunda-feira (3/11), tornou mais difícil o crescimento por fusões e aquisições. "Por isso, mesmo sendo cara, a compra pode ser estratégica para o banco, trazendo bons frutos no longo prazo", diz Senter.
Embora o negócio não devolva ao Banco do Brasil a liderança do setor, já reduziria a distância do novo banco formado por Itaú e Unibanco. "A Nossa Caixa é uma instituição muito conservadora. É possível dobrar sua rentabilidade sem muito esforço, já que espaço para trabalhar produtos e serviços não falta", afirma Senter. Com a compra do banco paulista, o Banco do Brasil receberia a conta de 1,04 milhões de servidores do Estado de São Paulo. Além disso, teria direito de utilizar os créditos tributários (o que não seria possível em caso de incorporação) e receberia os depósitos judiciais. Como esse tipo de depósito pode ser feito somente em bancos públicos, o Banco do Brasil teria o direito de herdar o dinheiro. Já se a aquisição fosse feita por um banco privado, esses recursos teriam de ser migrados para outra instituição estatal.
Como ficam os minoritários?
Como a Nossa Caixa faz parte do Novo Mercado da Bovespa, todos os minoritários teriam direito a receber pelas ações o mesmo valor pago ao acionista controlador, o Estado de São Paulo. A troca de controle da instituição obrigaria o Banco do Brasil a realizar uma oferta pública de aquisição (OPA), o que fez disparar a cotação das ações nas últimas semanas. Em 30 dias, os papéis subiram 41%, com os investidores ansiosos pela conclusão do negócio.
A expectativa cresceu com a edição da Medida Provisória (MP) 443, que autorizou o Banco do Brasil a utilizar dinheiro em suas aquisições - o que até então era proibido. Com isso, foi eliminado um dos principais entraves à operação: a forma de pagamento. Como o governo de São Paulo quer reforçar o seu caixa, a venda da Nossa Caixa por troca de ações não é interessante.
Embora o negócio já seja dado como certo, há o risco - ainda que pequeno - de a venda para o Banco do Brasil não se concretizar. "Nesse caso, seria inevitável uma desvalorização das ações da Nossa Caixa", diz Senter. Mas isso não quer dizer que o investidor ficaria com um mico na mão. "Os papéis continuariam sendo um ativo cobiçado, já que outros bancos poderiam se candidatar à compra", ressalta o analista da Modal.
O Banco do Brasil anunciou em maio sua intenção de incorporar a Nossa Caixa. Bradesco, Itaú, Unibanco e Santander protestaram. As instituições sugeriram a realização de um leilão, mas o governo não acatou o pedido. Uma desistência do Banco do Brasil, portanto, estaria muito longe de ser o fim da linha para a Nossa Caixa.
Portal EXAME
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